Veronique
Sou francesa, filha de pai inglês (descendente de russos) e
mãe francesa. Nasci em um lugar bastante tradicional, perto de Paris, em 1946.
Tenho duas irmãs mais novas. Meu pai trabalhava para a Panair do Brasil, na
França. Ele e minha mãe se casaram no final da Segunda Guerra Mundial e tiveram
muitos problemas. Nossa família sempre foi muito desestruturada. Minha mãe
tinha tido um namorado que desapareceu durante a guerra. Alguns anos depois que
ela se casou com meu pai, o namorado apareceu e os dois começaram a se
encontrar. Ela ainda gostava dele e começou a trair meu pai. Havia suspeita de
que minha irmã mais nova fosse filha desse namorado. Meu pai sofria muito
porque era apaixonado por ela.
Infância e adolescência
Acho que minha mãe
já estava pensando em se separar de meu pai quando me mandaram para um
internato aos 10 anos de idade. Fiquei lá até os 14 anos. Nesse meio tempo ela
teve uma crise de apendicite e deixou a minha irmã do meio aos cuidados da
minha avó. Quando meus pais se separaram eu estava com 13 anos. Minha mãe foi
morar com o namorado e perdeu a guarda das filhas, mas levou com ela a filha
mais nova. Foi um período muito difícil para todos nós. Eu sofri muito! Tempos
depois, ela se separou do namorado e mais tarde casou-se com um japonês.
Minha mãe era muito rígida comigo, mas protegia as filhas
mais novas. Ela me batia por qualquer coisa. Minha irmã do meio foi criada pela
minha avó. Meu pai era uma pessoa boa, humano e sensível, mas tinha uma
personalidade fraca. Depois, ele conheceu uma mulher bem mais nova que ele, uma
antilhana, de nível social inferior. Ela engravidou e ele se sentiu obrigado a
casar. Com o tempo ela também o traiu e acabou com a vida dele. Ela também me
fez muito mal. Envolveu-me com o irmão dela. Ele tinha 23 anos e eu apenas 16.
Um dia, tive uma briga com ela e acabei sendo hospitalizada, pois quebrei o
braço e acabei perdendo o ano escolar. Foram muitas as brigas entre nós.
Minha mãe voltou a estudar, começou a cursar Medicina,
acabou fazendo curso de esteticista e foi morar no Brasil. Quando eu tinha 15
anos, fui visitá-la. Tempos depois, ela enviou a filha mais nova, que estava
com 14 anos, de volta para a França, por achar que ela era muito rebelde. Então
tivemos mais problemas porque a minha madrasta não aguentou e saiu de casa.
Dificuldades
Estudei até o segundo grau. Quando tinha 17 anos fui
procurar trabalho. Nessa época, tinha um amigo de meu pai, com quem eu conversava
muito. Ele era decorador e me levou para estudar num Instituto, onde fiz um
curso de decoração e vitrine de lojas. Fiz o curso, comecei a trabalhar e
ganhar meu dinheiro. Enquanto eu trabalhava, a minha irmã mais nova ia tirando
as minhas coisas. Ela me aborrecia muito e resolvi sair de casa. Aluguei um
lugar para morar e foi nessa época que me envolvi numa situação muito negativa.
O amigo do meu pai, que tinha bem mais idade que eu, abusou
da confiança que nele eu depositava e envolveu-me na sua intimidade. Ele tinha
50 anos e eu quase 18. Eu estava me sentindo meio abandonada e ele era
simpático e divertido. Então acabei saindo com ele. Pouco depois fui para o
Brasil visitar minha mãe. Quando voltei, descobri que estava grávida de quatro
meses. Fiquei desesperada e não consegui fazer o aborto. Meu pai, que já tinha
percebido o que tinha acontecido comigo, por ser uma pessoa fraca, ficou
quieto.
O período da
gravidez foi desesperador. Eu senti muita vergonha e o neném nasceu quando eu
estava com 18 anos e meio. Minha mãe só ficou sabendo um ano depois. Fiquei
desesperada porque o velho queria se casar comigo, mas eu não queria me casar
com ele. Mesmo assim fiquei morando na casa dele. Ele não queria que eu
estudasse nem trabalhasse. E eu comecei a odiá-lo. Isso aconteceu nos anos de
1963 e 1964. Então, conheci um rapaz da minha idade e me apaixonei por ele.
Quando o velho soube disso, ele me expulsou de casa e ficou com o filho. Fui
fazer queixa na polícia, mas eles disseram que eu não tinha condições de cuidar
da criança, porque não trabalhava. Fiquei algum tempo com o namorado, mas o
velho começou a me procurar para se vingar de mim. Nessa época meu filho estava
com um ano de idade, minha mãe estava na França e me deu apoio. Fiquei um tempo
no hotel onde ela se hospedava.
Mudança para o Brasil
Quando minha mãe voltou para o Brasil, ela me chamou para
ir morar com ela e eu aceitei. O velho ficou sabendo que eu ia viajar e foi
para o aeroporto atrás de mim, com uma pistola. Ele não queria que eu viajasse.
Consegui convencê-lo de que retornaria em três meses. Foi assim que fui para o
Brasil, em novembro de 1965. No Brasil, fiquei em Recife com minha mãe. Depois
ela foi para o Rio de Janeiro e me deixou com uma amiga. Mais tarde me
encontrei com ela no Rio de Janeiro, onde ela tinha um apartamento alugado. No
consulado a minha situação não era boa porque o velho fazia de tudo para sujar
a minha imagem.
Emprego na Varig
Comecei a procurar trabalho, a dar aulas de francês. Trabalhei
de janeiro até agosto e, nesse tempo, fui arrumando meus documentos com a
intenção de conseguir o visto de residência. A Panair faliu em 1964 e a Varig
assumiu suas linhas e funcionários. Meu pai ficou trabalhando na Varig até se
aposentar. Decidi procurar emprego na Varig. Fiz os testes, depois fiz um
estágio de alguns dias no aeroporto Santos Dumont e fui trabalhar no aeroporto
do Galeão por alguns meses. Comecei a trabalhar como recepcionista e depois
passei para o voo. Eu queria ser comissária, mas também queria voltar para a
França. Gostava do Brasil, mas não o suficiente para ficar morando
indefinidamente.
Entrei para a Varig em 1966. Eu falava
praticamente quatro idiomas: francês, inglês, alemão e um pouco de português.
Comecei a estudar português, história do Brasil e geografia para fazer os
testes para ser aeromoça. Fui aprovada nos testes e iniciei o curso para
formação de comissários. Na minha turma havia duas ou três estrangeiras. Como
estrangeiras, por lei, só podíamos trabalhar nas linhas internacionais. Naquela
época, a empresa só tinha 40 comissários nas linhas internacionais e fazia voos
para Buenos Aires, Santiago do Chile, Nova York, Miami, Roma, Paris, Londres e
Frankfurt. Os voos para Tokyo começaram depois.
Primeiros voos
Comecei a voar em agosto de 1967 e meu primeiro voo foi
para Buenos Aires. Fiquei três meses
viajando para Buenos Aires e Santiago do Chile, no B-707. Gostei muito e
adaptei-me com facilidade. Era bem ligeira no serviço. Alguns meses depois, fiz
meu primeiro voo para a França. Em Paris, fui procurar o meu namorado e soube
que ele havia se casado. Procurava não pensar no meu filho e tinha muito
cuidado quando estava pernoitando em Paris. Tinha muito medo que o velho me
desfigurasse, pois ele vivia dizendo que ia fazer isso.
Eu recebia cartas ameaçadoras e as guardava para um dia
mostrar ao meu filho. Cinco anos depois recebi a última e resolvi jogar tudo
fora. Achei que não eram boas, não me faziam bem. Eram cartas cheias de acusação,
que faziam eu me sentir muito culpada em relação ao meu filho. Ao mesmo tempo,
eu não sentia remorso, pois era imatura quando o velho se aproveitou de mim.
(Voltei a ver meu filho quando ele estava com 21 anos. Foi muito reconfortante
para nós dois.).
Atividades paralelas
No início da minha vida na aviação, eu tomava “chá de
aeroporto” e ficava alimentando a ideia de comprar e vender. Os meus colegas de
voo já faziam isso. Assim, comecei comprando um vestido cashmere, em Buenos
Aires, para revender, e fui bem sucedida. Passei a comprar e deixar em
consignação com a manicure do aeroporto Santos Dumont. Depois veio a época dos
relógios de plástico colorido dos Estados Unidos. Em seguida, os pijamas e
camisolas, depois as bijuterias. Trazia mercadoria em todas as viagens. No
primeiro voo para Miami, esqueci a mala grande e o comandante autorizou a
compra de uma mala. Eu comprei a maior que encontrei e a enchi de mercadorias.
Posso dizer que
sempre trabalhei muito. Ganhei muito dinheiro e gastei muito. Também ajudei
minha irmã, pois ela tinha problemas de família. Ela sempre foi desestruturada
e está desempregada. Leva uma vida difícil. Em Paris, eu procurava sair com ela
e oferecer um bom jantar num bom restaurante. Gastava muito comigo também.
Fazia compras na Casa Vogue. Comprava coisas finas, de qualidade. Andava de
casaco de pele. Também levei muitos calotes de revendedores, tanto de mulheres
como de homens. Mas nunca desanimei. Eu queria aproveitar todas as
oportunidades que tinha. O que eu não tinha ganho dos meus pais eu procurei ter
por mim mesma.
Vida amorosa
A partir daí comecei a namorar bastante, pois sempre fui
muito paquerada e aproveitei as oportunidades que surgiam. Namorei muitos
tripulantes, mas raramente namorei passageiro. Eu era muito bobinha e não soube
aproveitar a chance de arranjar um bom casamento.
Uma vez namorei uma pessoa 23 anos mais velha que eu. O
namoro durou um ano. Eu tinha 24 anos e não tive muita paciência. Senti que não
era amor o que eu sentia por ele. Depois iniciei namoro com outra pessoa e
fiquei noiva, dos 25 aos 28 anos. Ele era médico cirurgião, mas tinha uma vida
complicada. Era separado, tinha uma filha e, de vez em quando, voltava para a
mulher. Então me separei dele.
Teve uma época em que eu tive um namorado em cada cidade.
Foi uma época muito boa e a Varig estava na sua melhor fase, sendo considerada
a melhor companhia aérea do mundo. Nós ganhávamos muito bem e os pernoites eram
longos. Podíamos passear, fazer compras, jantar em bons restaurantes,
frequentar discotecas. Vivíamos bem e não tínhamos medo de doenças, como nos
dias de hoje.
Casamentos, novos desafios
Casei com um francês que tinha 21 anos quando eu já tinha
30 anos. Isso aconteceu em 1976. Fomos apresentados um ao outro por um amigo.
Ele era jovem na idade, mas era velho de cabeça. Era muito intelectual. Não
tive muita sorte porque ele estava começando na vida. Era de uma família
humilde, queria subir na vida, mas sentia muita angústia. Tinha muito
sentimento de autodestruição. Ele podia viajar de graça comigo, mas não viajava
porque achava que não merecia. Tinha muita mudança de humor, muitas
inquietações filosóficas. Nosso casamento durou quatro anos e meio. Eu tinha
comprado um sítio, onde a gente tinha ido morar, para ter um pouco de paz e
contato com a natureza.
Comprei meu primeiro apartamento quando tinha 27 anos. Ao
mesmo tempo estava comprando outro apartamento na planta. Foi com o dinheiro do
primeiro apartamento que comprei o sítio. Meu marido voltou para a França para
procurar emprego. Lá, surgiu a oportunidade de montar uma sociedade com alguém.
Era um negócio de risco, podia ganhar ou perder. Então, vendi o sítio para
ajudar. Eu ajudei, aceitei correr o risco e ele perdeu. Ele disse que um dia me
devolveria o dinheiro. Alguns anos depois, quando o cobrei, ele ficou muito
irritado.
Enquanto meu marido
estava na França, tentando arrumar a vida, eu estava no Brasil e nos dias de
folga estudava japonês porque queria ir para o baseamento de Los Angeles. Como
o meu casamento não ia bem, resolvi me separar do meu marido francês. Isso foi
em 1980. Foi nesse tempo que conheci um brasileiro com o qual me envolvi. Eu
tinha 35 anos e ele 32. O novo namorado era tipicamente carioca: muito
extrovertido e alegre. Achei que era uma oportunidade de reformular minha vida,
de viver e assumir outra cultura. Eu gostava de música clássica e comecei a
ouvir música popular brasileira. Agradava-me o fato de ele ser muito
aventureiro. Em 1981 começamos a ir para Búzios e eu me deixei envolver pelas
ideias dele. Comprei um terreno e construí uma casa. Depois ele me convenceu a
vender meu apartamento, para ampliar a casa. Eu concordei e acabei indo morar
em Búzios.
Trabalhava na aviação, cumpria minhas escalas de voo e
ainda tinha as atividades paralelas de compra e venda. Enquanto isso, ele
continuava se empolgando e tendo novas ideias: queria comprar barcos, montar uma
empresa. Era aventureiro e também instável. Além de barcos, compramos um
terreno de 100 mil metros quadrados. Eu era muito idealista e me envolvi numa
grande ilusão. Com o passar do tempo percebi as diferenças que existiam entre
nós, principalmente de ordem intelectual. Mesmo assim, continuei bancando muita
coisa.
Ele trabalhava com pesca. O barco ia para a pesca, mas o
lucro ia para a manutenção do barco. E meu companheiro brasileiro gostava de
tomar umas cervejas com os amigos. Além da pesca, ele queria investir em
criação de coelhos. Ele era veterinário, mas não queria exercer a profissão.
Era eu que sustentava a casa. Então ele quis ter um filho comigo. Planejamos
ter a criança e eu engravidei.
Parei de voar durante a gravidez e as nossas dívidas se
acumularam. Percebi que estava parcialmente feliz com a vida que levava. Era
uma vida simples, mas intelectualmente faltava alguma coisa. Os meses foram
passando e eu queria que o casamento desse certo. Afinal já estava com 37 anos.
Nossa menina nasceu e depois eu voltei a voar. Sou uma mãe bem aquariana, sou
maternal, mas não sou aquela mama italiana. Acho que o casal vem
primeiro e que o filho é uma relação paralela. A profissão também é importante.
Quando a minha
filha estava com alguns meses, minha mãe resolveu ir morar na Suíça e me
emprestou o seu apartamento no Rio de Janeiro. Voltei a morar no Rio, mas não
foi bom para a minha filha. Tive que mandar a menina para uma creche porque
minha irmã não quis mais me ajudar a cuidar dela. Na creche, a menina pegou uma
infecção. Então a levei de volta para Búzios. Isso em 1983. Eu ia e voltava.
Minha vida ficou muito desgastante. Meu marido não estava tendo lucro com o
barco e quis vender tudo. Estávamos com muitas dívidas e eu trabalhava o máximo
que podia. Nessa época também perdi muito dinheiro num voo, pois o pessoal da
alfândega confiscou minhas mercadorias.
Foi um período muito difícil e acabei deixando o
apartamento de minha mãe. Muitas vezes, ao chegar de voo, ficava na casa de uma
amiga, outras vezes ficava em hotel, antes de ir para Búzios. Precisava
entregar as mercadorias que trazia para vender. Nesse meio tempo, meu
companheiro cismou em vender a casa e comprar uma fazenda. Ele decidiu que ia
ser veterinário. O pai e o irmão dele eram médicos, mas ele era a ovelha negra
da família. O tempo foi passando e a nossa vida foi se complicando. Ele estava
me cansando, o casamento já estava desgastado. Estávamos em 1984 e a nossa
menina já tinha mais de um ano. Foi então que tive um flerte com um colega num
voo de Copenhagen. Esse flerte me ajudou a terminar o casamento.
Atribulações, mudanças
Tempos depois, num outro voo, saí para jantar com um
comandante. Conversamos sobre nossas vidas e iniciamos um relacionamento. Coisa
do destino porque fizemos juntos três voos consecutivos e acabamos nos
apaixonando. Ele é o meu atual marido. Foi um relacionamento puro. Trocamos
telefone e começamos a nos encontrar. Nesse tempo, meu ex-marido procurava uma
fazenda para comprar e não ficava em lugar nenhum. Era muito desgastante.
Então, sugeri que ele comprasse um trator e trabalhasse a terra que a gente já
tinha. Ainda comprei esse trator para ele. A terra ficou para ele e dei mais
mil dólares para ele sobreviver por algum tempo, quando saiu de casa.
Fiz outro voo com o meu namorado comandante e iniciamos
oficialmente nosso relacionamento. Naquele voo tivemos nossa lua de mel. Quando
voltei para Búzios, meu ex-marido marcou um encontro comigo e disse que a
separação não ia ser fácil. Ele queria metade de tudo o que eu tinha. E ainda
queria mais cinco mil dólares em dinheiro. Então concordei e contei ao
comandante. Para não nos incomodarmos mais, o comandante me emprestou esse
dinheiro que, depois, lhe paguei aos poucos.
Assim tinha sido a minha vida até então: toda vez que me
separava perdia todo o resultado do meu trabalho. Em janeiro do ano seguinte
procurei uma casa em Jacarepaguá, com piscina, mais ou menos como a que eu
tinha em Búzios. Aluguei a casa. Mudei-me e levei os empregados comigo.
Mantinha a casa, com caseiros e três crianças. Meu namorado comandante tinha
saído de um casamento e ainda estava meio traumatizado. Como eu não queria que
ele pensasse que iria explorá-lo, como fazia a ex-esposa, assumi todas as
contas. Sentia-me muito cansada, mas sempre tive muita força de vontade. Não
tenho medo de trabalhar desde que veja resultado. Sempre pensei assim.
Até então, eu tinha
me relacionado com pessoas que gostavam de mim, mas que dependiam de mim.
Quando me separei do marido francês, em 1980, ele estava muito deprimido e eu
tinha uma conta na França com 5000 dólares. Então dei o dinheiro para ele, para
ajudá-lo. Quando me separei do marido brasileiro, além de tudo o que deixei,
ele não quis assumir as despesas com a filha. Então eu fiquei com a casa de
Búzios e foi um alívio vendê-la. Ela também era fruto do meu trabalho. Nunca
pensei que pudesse me desfazer de uma casa que significava tanto para mim.
Encontro com a alma gêmea
Com a experiência e a maturidade, percebi que para um
relacionamento entre duas pessoas dar certo é importante o equilíbrio em todos
os sentidos. É isso que vivo no meu casamento atual. Em 1986 fomos morar na
serra. Minha filha estava com três aninhos. Meu marido não queria ter mais
filhos. Mas eu queria ter um filho com ele. Minha segunda filha nasceu em 1987.
Ter conhecido esse comandante foi a melhor coisa que me aconteceu. Ele é a
minha alma gêmea. Não posso me queixar da vida. Apesar de tudo o que vivi, sou
uma mulher-criança, sinto que preciso ser protegida e amparada. Meu marido
também gosta de uma vida aventureira, de viagens e explorações, mas é sério e
responsável com as coisas do dia a dia. E eu preciso disso. Faz 12 anos que
estamos juntos e temos muitas afinidades. O nascimento da minha primeira filha
foi uma coisa muito boa. Eu estava recomeçando a minha vida. O nascimento da
segunda filha foi ainda melhor.
*Veronique (pseudônimo) estava com 50 anos e tinha 29 de voo quando
concedeu esta entrevista em um pernoite em Zürich (Suíça), em 1998.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é bem vindo!